Fintar o destino: between the colonial bond and a postcolonial double-bind

The article addresses Fernando Vendrell’s Fintar o destino [Dribbling Fate] (1998) by considering the appropriation of sports by the Portuguese Estado Novo’s colonialist ideology and policies (inspired by Gilberto Freyre’s lusotropicalist theories). In parallel, it highlights the role that football in particular plays in underwriting and simultaneously undermining affective, cultural, and economic bonds and binds between Cape Verde and Portugal, pre- and post-independence. The connections between former colony and metropolis, as viewed through the lens of the increasingly globalized and commercialized world of football, go beyond (post)colonial nostalgia, as sport may be seen — the emergence of neo-colonial patterns notwithstanding — to provide a platform for a reimagining of individual and collective hopes and challenges

Autoridades, forças e violências em “Casas de ferro”, de João Paulo Borges Coelho: entre a abertura ao desconhecido e a imaginação do futuro

“Casas de ferro”, de João Paulo Borges Coelho, nomeadamente a abordagem da estória aos indícios do mar Índico, funciona como um ponto de partida para uma reflexão sobre questões de lei, autoridade, força e violência. A estória suplementa literariamente visões históricas, geográficas, políticas e filosóficas; o mar, enquanto dispositivo textual e literário, irrompe no final da estória como elemento de conflito e suspensão, deixando o final em aberto e colocando em cena uma abertura ao desconhecido que permite repensar as relações entre o próprio e o outro enquanto mais que simplesmente o outro do próprio; entre os outros que os próprios (Autoridade e Força) procuram apropriar e espoliados (moradores e refugiados) em nome de uma lei e de um discurso que, extravasando o colonialismo (bem como o neocolonialismo e a pós-colonialidade), cinicamente apelam ao bem comum e simulam ter em mente os interesses da população e do “desenvolvimento” do país. O mar Índico, topos e tropo, não configura simplesmente um outro espaço/lugar (sob trajes utópicos e/ou heterotópicos) ou um outro “Futuro” que contrabalance o que se passa em terra firme, projetado pela Autoridade e respetiva Força. O mar (e os elementos associados, como os barcos e o areal) funciona como um dispositivo que ativa o papel e o direito da literatura de abordar o “real acontecido”, ao mesmo tempo que “imagina o futuro” e sugere visões alternativas às dominantes. Palavras-chave: mar Índico; Achille Mbembe; Jacques Derrida. Abstract: João Paulo Borges Coelho’s short story (estória, to be more precise) “Casas de ferro” [Iron Houses], and namely its approach to the indexes of the Indian Ocean, provides an apt starting point for a reflection on matters of law, authority, force and violence. The short story acts as a literary supplement to historical, geographical, political, and philosophical visions; the sea, as a literary and textual device, bursts at the end of the short story as an element of conflict and suspension, prompting an open ending and staging an opening to the unknown. This allows for a reworking of the relations between self and other beyond the mere framing of the other as other to the self; between others that the selves (Authority, Force) seek to appropriate and plunder (inhabitantes and refuges) in the name of a law and a discourse which overflows from colonialism (as well as neocolonialism and post-coloniality) as it appeals to the common good and pretends to have the best interests of the population and the “development” of the country in mind. The Indian Ocean, as a topos and a trope, does more than simply configure another espace/place (under utopian and/or heterotopic guise) or another “Future” which may offset what is taking place on dry ground, already projected by the Authority and the respective Force. The sea (and the elements associated with it, such as the boats and the sand) functions as a device which activates literature’s role and duty to approach the “real that took place” while simultaneously “imagining the future” and offering alternative visions to the dominant one. keywords: Indian Ocean; Achille Mbembe; Jacques Derrida

‘Liberdade, Igualdade, Fraternidade ou a Morte?’: extravios do post(al) colonial em Nação Crioula

This article aims to contest oedipal readings and the emphasis on symbols (utopian, heterotopian) which reduce the pluridimensionality of the "Postal" AND "Postal Politics" (BENNINGTON) on creole's (Post-/Neo)colonial spacing of the South Atlantic. A "Destinerrant" (DERRIDA) reading will seek to expose the constitutive impropriety of any "communitarian" projection and appropriation (ESPOSITO), beyondthe (de)limitations of predestined correspondences and triangulations. Este artigo visa contestar leituras de estrutura edipiana bem como a ênfase em simbologias (utópicas, heterotópicas) que reduzem a pluridimensionalidade do “postal” e de “política postal” na inscrição do espaçamento (pós-/neo) colonial do Atlântico Sul em Nação Crioula. Partindo dos inevitáveis extravios na(s) correspondência(s) do romance, aborda-se a impropriedade constitutiva de qualquer projecção e apropriação “comunitária”. A “destinerrância” rompe com genealogias e derivações, operando uma diversão para além dos limites e (de)limitações de predestinadas correspondências, triangulações e demais circuitos históricos, identitários, literários e políticos

Mal de Mar: a reading of Jorge de Sena’s “A Grã-Canária” in (trans-) Atlantic transit

This article analyzes Jorge de Sena’s short story “A Grã-Canária” in the context of a wider discussion on the topographies of the South Atlantic taken as an ideological construct, to some extent always already textual(ized). The story emphasizes the tensions in the enclosing of either the boat or the island as spaces of absolute fascist rule (in 1938 and 1961), and its setting in the Atlantic allows for a wider criticism of oppressive regimes operating in the South Atlantic axis while also addressing the “Atlantic exception” (Roberto Vecchi) in the context of wider European headings. It dismantles both the incipient establishing of the Atlantic as a “Portuguese Sea” by the Estado Novo and the construction of the legal and political conceptions such as that of the “overseas provinces” in the Constitutional Revision of 1951. This reading aims to foreground the spacing (Jacques Derrida) intrinsic to the inscription of such topographies of otherness and the projection of the selfsame in order to stress the tensions, the contradictions, and the limits of discourses underwriting an “immunitary paradigm” (Roberto Esposito) bent on establishing and marking the borders between a supposed self and its projected others

A comparison of two methods for the definition of Regional Metropolitan Areas through an application in the North of Portugal

The objective of this paper is to present a comparison of two methods for the definition of regional metropolitan areas, in a perspective of identification of urban territories with similar characteristics. In this study it is assumed that population density is, in the absence of another measure that describe daily or weekly individual movements, a variable that can be used to evaluate, although indirectly, the activity level and dynamics of the territory. The first method explored here uses ESDA (Exploratory Spatial Data Analyses) techniques for the definition of regional metropolitan areas. The second method is based on an index value that results from a rank of the variable under analysis in a spatial context, both at the local and national (or regional) levels. The methods are implemented in a case study in the north of Portugal, where this is a very opportune issue.

Por uma definição do professor de ensino precoce de línguas em Portugal: um estudo de caso

p. 81-95O ensino precoce de línguas estrangeiras no resto da Europa encontrase numa fase mais avançada do que em Portugal. Pretendemos, neste estudo, fazer o ponto de situação em Portugal quanto ao ensino precoce de línguas, definir o perfil do professor de línguas estrangeiras no Ensino Básico e perceber qual a idade ideal para a aquisição de línguas estrangeiras. De forma a enriquecer este estudo, centrámos a nossa atenção nas razões para a aquisição de línguas neste nível de ensino e realizámos um estudo de caso que compreende a realização de conversações por chat entre alunos portugueses e suíços do Ensino Básico.In the rest of Europe the foreign languages early teaching is more advanced than in Portugal. With this study we aim to define both the situation Portugal is living regarding this issue, understand which the profile of the teacher of foreign languages is at an early stage and perceive which the ideal age to start studying foreign languages is. In order to enrich this study, we focused our attention in the reasons for the acquisition of languages at a primary school level and made a study case which is related to the analysis of chat conversations between Portuguese and Swiss pupils

Petrogenesis and geochronology of the late cretaceous alkaline magmatism in the west iberiam margin

Tese de doutoramento, Geologia (Geodinâmica Interna), Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2010.The Late Cretaceous alkaline magmatism is the most voluminous of the three cycles of magmatic activity that took place on the West Iberian Margin (WIM) during the Mesozoic. It was preceded by a tholeiitic cycle in the Early Jurassic (200-198 Ma) and by a transitional episode during the Late Jurassic-Early Cretaceous transition (147-142 Ma). The alkaline cycle took place in a post-rift setting, after oceanic break-up, and is contemporaneous of the opening of the Bay of Biscay and consequential 35º counterclockwise rotation of Iberia, as well as with the first phases of tectonic inversion in the Mesozoic Lusitanian and Algarve Basins, as a result of the onset of the convergence and collision between the Iberian, European and African plates. Onshore, this cycle includes the intrusive Sintra, Sines and Monchique igneous complexes, the extrusive Lisbon Volcanic Complex as well as several other minor intrusions scattered in the Lusitanian and Algarve basins, such as the Foz da Fonte sill, the Paço d’Ilhas sill, the Mafra Radial dyke complex, the Oeiras Cascais dykes and the lamprophyre-basanite suite of the littoral Algarve. It extends offshore where it is represented by the Madeira-Tore Rise and the Ormonde peak in the Gorringe Bank. In this study, the geochronology of the Late Cretaceous onshore occurrences was updated through the acquisition of new U-Pb, 40Ar/39Ar, K-Ar and Rb-Sr. The combination of these data with previously published ages allowed to better constrain the duration of this cycle (94-72 Ma), as well as for the identification of two separate magmatic pulses. The first pulse took place between 94 and 88 Ma and is restricted to the Foz da Fonte and Paço d’Ilhas sills, both of which occur in the Lusitanian basin, between N39º and N38º20'. This pulse is contemporaneous with the opening of the Bay of Biscay and consequent rotation of Iberia (118-80 Ma). The second pulse has a younger age (75-72 Ma,) wider geographical distribution, between the Lisbon region (≈ 39ºN) and the Algarve (≈ 37ºN), and occurred simultaneously with the initial stages of the Alpine orogeny in the WIM, which culminated in the formation of the Betics and Pyrenees as well as to the inversion of the Mesozoic basins. The age obtained for the Sintra granite (79.2 Ma ± 0.8), is equivalent within error to the oldest age obtained for the syenite (78.3 ± 1.9 Ma, Storetvedt et al., 1987) but older than the other K-Ar ages obtained for these rocks (76.4 ± 1.4 and 76.1 ± 1.1 Ma, Storetvedt et al., 1987) and for the gabbros (74.9 ± 1 Ma Storetvedt et al., 1987). The combination of the geochronological data with the observed field cross-cutting relations and geophysical data (gravimetry and AMS), appears to indicate that the Sintra granite corresponds to an older phase that was intruded by a more recent gabbro to syenite suite. Geochemical analysis of samples from both pulses revealed that these rocks derive from small degrees (1-6%) of partial melting of trace element enriched garnet peridotite sources, with fairly homogenous isotopic compositions reflecting low time-integrated Rb/Sr and high Sm/Nd and U/Pb ratios, which are compatible with a sub-lithospheric origin. However, there are clear differences in the trace element abundance patterns in rocks from the first and second pulses. Samples from the second pulse show negative K, Zr, Hf and sometimes even Ti anomalies, which are absent in the first pulse and that are probably related to a metasomatic event. The metasomatic agent is likely to correspond to a melt of carbonatitic to siliceous volatile (CO2+H2O) rich nature that promoted, for example the stability of a hydrated K rich phase such as amphibole. Amphibole is unstable at the temperatures that characterize the asthenosphere or mantle plumes and therefore the negative K anomalies should indicate interaction of the ascending sub-lithospheric magmas the metasomatized lithospheric mantle or melting of the latter. This metasomatic signature is more noticeable in the rocks which derived from smaller fractions of melting, becoming progressively diluted as melting degree increases. In terms of isotopic composition, no major differences are observed between the rocks of the second pulse, which show a clear metasomatic contribution, and the rocks of the first pulse which do not show such a signature. This indicates that the metasomatic agent probably originated from the same sublithospheric source which had earlier produced the magmas of the first pulse. The differences in trace element signatures between the two pulses created by this metasomatic episode can be related to their contemporaneous geodynamic context. During the first pulse, the rotation of Iberia created a stress regime favorable to quick magma ascent while from 80 Ma onwards, the onset of continental collision restricted the opening of fractures and magma ascent, favouring the interaction of the ascending magmas with the lithosphere, probably resulting in the metasomatism of the lithospheric mantle and the formation of amphibole during or previous to the second pulse. Uncontaminated samples show isotopic signatures (87Sr/86Sri 0.7030-0.7037; εNdi 5.7–3.7; 206Pb/204Pbi 19.564-19.20, 207Pb/204Pbi 15.609-15.580, 208Pb/204Pbi 39.245-39.00) that are distinct from the previous tholeiitic and transitional cycles and point towards a sublithospheric source, unlike the previous cycles, which show an important lithospheric contribution. These signatures are also very similar to the ones observed in the rocks derived from the melting of the Canaries mantle plume, which was located near the WIM during the Late Cretaceous, according to paleogeographic reconstitutions and paleomagnetic data, and is therefore considered the most likely source for the melts and metasomatic agents that were identified in this study. The large volume of magmatism that took place in the onshore and offshore WIM during the Late Cretaceous is also compatible with an origin from a deep seated hot mantle anomaly, such as a mantle plume. However, the differences between the volumes erupted onshore and offshore must be related to different lithospheric thicknesses in these two domains, since larger volumes of decompression melting are possible under the thinner oceanic and transitional lithospheres than under the thicker continental lithosphere. Also, the Iberian plate kinematics and pre-existing structure must have played a major role in controlling the timing and location of this magmatism, thus explaining the absence of a spatial age progression and the scattered location of the intrusive and extrusive features. Mineral chemistry data (e.g reverse zoning) indicates that magma mixing between liquids of basic/ultrabasic and intermediate natures took place at upper mantle/lower crustal depths but that does not seem to have greatly affected the composition of the resulting magmas. These magmas seem to have ascended to upper crustal levels by taking advantage of pre-existing fractures related with Mesozoic rifting and/or the Paleozoic Variscan orogeny. Many of these occurrences in the western Mesozoic basins seem to be related to WNW-ESE to E-W transfer faults that were active during rifting but, their exact location seems to be controlled by the intersection of these structures with other also previously existing fault systems with NE-SW and NNW-SSE orientations. After emplacement at upper crustal levels, the rocks from both pulses seem to have evolved through combined fractional crystallization of olivine, clinopyroxene, Fe-Ti oxides and more or less plagioclase and amphibole, with assimilation of crustal lithologies. Fractionation and accumulation of some of these minerals led to specific major and trace element characteristics of some of the intrusive rocks, such as the Sines and Sintra gabbros and the Paço d’Ilhas sill. Assimilation seems to have been an important factor in generating the observed petrological diversity and in creating the observed radiogenic Sr (87Sr/86Sri up to 0.7049), unradiogenic Nd (εNdi as low as 3.1) and variable Pb (206Pb/204Pbi and 208Pb/204Pbi decrease to 18.827 and 38.603, respectively, while 207Pb/204Pbi increases up to 15.634) signatures seen in the more evolved rocks. Two different contamination trends are observed and thus require the existence of two different contaminants. Increasing Th/La, Zr/Nb, 87Sr/86Sr, 207Pb/204Pb and K/Nb and decreasing Nb/U, 206Pb/204Pb and 208Pb/204Pb towards values closer to crustal compositions with increasing SiO2 are related to contamination by a siliceous upper crustal lithology. The other trend is characterized by only increasing 87Sr/86Sr without causing significant changes in other isotopic ratios and is probably related to a Sr rich contaminant that is simultaneously depleted in Nd and Pb, which is likely to be of carbonated nature.O magmatismo alcalino do Cretácico Superior constitui o mais volumoso dos três ciclos de actividade magmática que tiveram lugar na Margem Oeste Ibérica (MOI) durante o Mesozóico. Este ciclo alcalino foi antecedido por um de natureza toleítica durante o Jurássico Inferior (200-198 Ma) e outro de quimismo transicional durante o Jurásico Superior-Cretácico Inferior (147-142 Ma). O ciclo alcalino teve lugar num contexto pós-rifting, após o início da oceanização, contemporâneo da abertura do golfo da Biscaia e consequente rotação sinistrógira de 35º da Ibéria. Coincide também com as primeiras fases de inversão das bacias Mesozóicas do Algarve e Lusitaniana, que resultam da convergência rápida das placas Ibérica, Europeia e Africana, e que se inicia no final do Cretácico. Em terra, este ciclo encontra-se representado pelos complexos ígneos intrusivo de Sintra, Sines e Monchique, pelo Complexo Vulcânico de Lisboa, e por uma série de outras ocorrências de menor volume distribuídas pelas bacias Lusitaniana e do Algarve, como as soleiras da Foz da Fonte e de Paço d’Ilhas, o complexo filoniano radial de Mafra, os filões de Oeiras-Cascais e o magmatismo lamprofirico-basanitico do Algarve litoral, entre outras. Na parte imersa da margem este ciclo inclui a Crista Madeira-Tore, várias intrusões menores entre a montanha submarina de Tore e/no Esporão da Estremadura e o magmatismo do pico Ormonde no banco do Gorringe. A aquisição de novas datações U-Pb, 40Ar/39Ar, K-Ar e Rb-Sr permitiu a actualização da geocronologia das ocorrências da parte emersa desta província o que, em conjunto com dados previamente publicados, possibilitou um melhor constrangimento da sua duração, entre 94 e 72 Ma, e a detecção de dois pulsos independentes. O primeiro pulso teve lugar entre os 94 e os 88 Ma e está limitado às soleiras da Foz da Fonte e de Paço d’Ilhas, que se encontram na bacia Lusitaniana entre N39º e N38º20'. Este pulso é contemporâneo da abertura da baía da Biscaia e consequente rotação da Ibéria (124-80 Ma). O segundo pulso ocorreu entre os 75-72 Ma, tem uma distribuição geográfica mais abrangente entre a região de Lisboa (≈ 39ºN) e o Algarve (≈ 37ºN) e teve lugar durante as primeiras manifestações da orogenia Alpina na MOI, que culminou na inversão das bacias Mesozóicas e na formação das cadeias dos Pirinéus e das Béticas. A idade obtida para o granito de Sintra (79.2 ± 0.8 Ma), é equivalente dentro do erro analítico à idade mais antiga adquirida para o sienito (78.3 ± 1.9 Ma, Storetvedt et al., 1987), mas no entanto é mais antigo que as restantes idades K-Ar obtidas para estas rochas (76.4 ± 1.4 e 76.1 ± 1.1 Ma, Storetvedt et al., 1987) e para os gabros (74.9 ± 1 Ma Storetvedt et al., 1987). Esta informação, quando combinada com as relações de corte observadas entre os corpos intrusivos de diferentes naturezas e dados geofísicos adquiridos no maciço (gravimetria e ASM), parece indicar que o granito corresponde a um lacólito formado numa fase anterior de actividade que é por sua vez intruído por uma série magmática de natureza gabróica a sienítica. Análises geoquímicas de amostras de ambos os pulsos demonstram que estas rochas derivam de pequenas quantidades de fusão parcial (1-6%) de um peridotito granatífero ± anfíbola enriquecido em elementos incompatíveis e com uma assinatura isotópica relativamente homogénea, e compatível com fonte(s) mantélica(s) sub-litosférica(s) carcterizada(s) por baixo Rb/Sr, e alto Sm/Nd e U/Pb, integrados no tempo.. No entanto, existem diferenças importantes entre as rochas dos dois pulsos no que respeita aos padrões de elementos incompatíveis. As amostras do segundo pulso mostram anomalias negativas em K, Zr, Hf e por vezes Ti, que estão ausentes nas amostras que representam magmas não fraccionados do primeiro pulso. Estas anomalias estarão relacionadas com um evento metassomático que terá afectado o manto na região da MOI entre os dois pulsos. O agente metassomático é provavelmente de natureza carbonatítica a siliciosa rica em voláteis (CO2+H2O) que, entre outros efeitos terá promovido a estabilidade de anfíbola. A anfíbola não é uma fase estável às temperaturas que caracterizam a astenosfera ou as plumas mantélicas e como tal, a presença de anomalias negativas de K será indicativa da interacção dos magmas sub-litosféricos em ascensão com domínio(s) metassomatizado(s) da litosfera ou da fusão desses mesmos domínios. Esta assinatura metassomática é mais notória nas rochas derivadas de menores quantidades de fusão parcial, tornando-se progressivamente mais diluída com o aumento do grau de fusão. Não se observam variações sistemáticas na composição isotópica entre as rochas com uma contribuição metassomática evidente (2º pulso) e as que não apresentam esse componente (1º pulso), sugerindo que a litosfera metassomatizada terá herdado a assinatura isotópica e elementar do agente metassomático e que este agente provavelmente terá tido a mesma origem dos magmas sublitosféricos do primeiro pulso. As diferenças nas abundâncias de elementos traço entre os dois pulsos terão sido então criadas por um episódio metassomático cuja ocorrência poderá estar relacionada com os diferentes contextos geodinâmicos vigentes durante cada pulso. Durante o primeiro pulso, a rotação da Ibéria terá eventualmente criado um campo de tensões favorável à abertura de fracturas e à ascensão rápida dos magmas, enquanto que a partir dos 80 Ma, o inicio da colisão entre as placas Ibérica, Africana e Europeia terá restringido a abertura de fracturas dificultando a ascensão magmática e favorecendo assim a interacção dos magmas em ascensão com a litosfera. Os magmas não contaminados do ciclo alcalino têm assinaturas isotópicas (87Sr/86Sri 0.7030-0.7037; εNdi 5.7–3.7; 206Pb/204Pbi 19.564-19.20, 207Pb/204Pbi 15.609-15.580, 208Pb/204Pbi 39.245-39.00) que apontam para uma fonte sublitosférica, distinta das dos ciclos toleítico e transicional que o precederam, e que apresentam uma clara contribuição litosférica. Estas composições isotópicas são também muito semelhantes às apresentadas pelas rochas derivadas da fusão da pluma das Canárias. Reconstituições paleogeográficas e dados de paleomagnetismo indicam que durante o Cretácico Superior a MOI estaria localizada nas proximidades da pluma das Canárias, que poderá portanto ser considerada a fonte provável para os magmas e agentes metassomáticos aqui identificados e estudados. O elevado volume de magmatismo produzido nas regiões imersa e emersa da MOI durante o Cretácico Superior é também compatível com uma origem a partir de uma anomalia quente e profunda como uma pluma mantélica. Neste contexto, as diferenças entre o volume de magma gerado em terra e na parte submarina devem estar relacionadas a diferenças na espessura litosférica entre estes dois domínios. A menor espessura litosférica na região imersa permitirá maiores quantidades de fusão parcial por descompressão do que na região emersa onde a litosfera será mais espessa, o que limita o volume de magma gerado. Adicionalmente, a cinemática da placa Ibérica e a estrutura pré existente deverá ter tido um papel fundamental no controlo da distribuição espacial e temporal deste magmatismo, o que explicar+a a localização dispersa das ocorrências magmáticas e a ausência de uma progressão espacial das idades neste episódio. Os dados de química mineral (e.g. zonamentos inversos) apontam para a ocorrência de mistura entre magmas de natureza básica/ultrabásica e intermédia a profundidades correspondentes ao manto superior ou crosta inferior, embora este evento não pareça ter afectado significativamente a composição dos magmas daí resultantes. Estes magmas parecem ter ascendido até níveis correspondentes à crosta superior através de fracturas pré existentes herdadas do rifting Mesozóico e/ou da orogenia Varisca. Muitas das ocorrências nas bacias Mesozóicas ocidentais parecem relacionadas com falhas de transferência WNW-ESE a E-W que estiveram activas durante o rifting, ainda que a sua localização exacta pareça ter sido condicionada pela intersecção destas estruturas com outros sistemas de falhas pré existentes de direcção NE-SW a NNW-SSE. Após a instalação na crosta superior, as rochas de ambos os pulsos parecem ter evoluído através dos processos de cristalização fraccionada de olivina, clinopiroxena, óxidos de Fe-Ti e mais ou menos plagioclase e anfíbola, em conjunto com a assimilação de litologias crustais. A fraccionação e acumulação de alguns destes minerais levou à formação de cumulados com assinaturas elementares específicas, como as rochas gabróicas de Sintra e Sines e as diferentes litologias da soleira de Paço d’Ilhas. A assimilação crustal parece ter desempenhado um papel importante na geração da diversidade petrológica observada, sendo responsável pelas assinaturas com Sr radiogénico (87Sr/86Sri até 0.7049), Nd menos radiogénico (εNdi até 3.1) e Pb variável (206Pb/204Pbi e 208Pb/204Pbi descem para 18.827 e 38.603, respectivamente, enquanto que 207Pb/204Pbi sobe até 15.634) nas rochas mais evoluídas. Foram identificadas duas tendências evolutivas nas amostras estudadas que deverão corresponder a assimilação de dois contaminantes distintos. Um de natureza siliciosa supracrustal que explicará o aumento de Th/La, Zr/Nb, 87Sr/86Sr, 207Pb/204Pb e K/Nb e diminuição de Nb/U, 206Pb/204Pb e 208Pb/204Pb para valores semelhantes aos de composições crustais com o aumento simultâneo de SiO2. Outro de provável natureza carbonatada, rico em Sr mas com concentrações baixas de Nd e Pb e que terá induzido aumento de 87Sr/86Sr, sendo que este não é acompanhado por modificações significativas em outras razões isotópicas ou elementares

Stopping ongoing broadcasts in large MANETs

Broadcast is a communication primitive building block widely used in mobile ad-hoc networks (MANETs) for the exchange of control packets and resource location for upper level services such as routing and management protocols. Flooding is the most simple broadcast algorithm, but it wastes a lot of energy and bandwidth, as flooding leads to many redundant radio transmissions. An optimization to flooding is to contain it, once the resource has been found. In this paper, we compare the impact on the latency and power consumption of four competing approaches for flooding containment. The results show that stopping ongoing broadcasts can achieve promising performance increases over other flooding base techniques, when applied in large scale MANETs with scarce power resources. In addition, results show that both network topology and the number of copies of the resource influence differently the performance of each searching approach.(undefined